5.12.11

6º Festival de Arte Negra de Belo Horizonte/FAN 2011-2012



Tempo totalmente tomado, nos últimos e nos próximos dias, pelos preparativos para a abertura do 6º Festival de Arte Negra de Belo Horizonte/FAN 2011-2012, que acontecerá nos dias 9, 10 e 11/12, no Cine Santa Tereza, como forma de anunciar os desdobramentos do evento, no período de janeiro a maio de 2012. Integrante do grupo de curadores do FAN em 1995 - ano um -, 2003 e 2005/2006, assisti mais ou menos de longe as edições de 2007 e 2009, certo de que já não tinha o que oferecer à realização do mais importante festival de arte e cultura de extração africana fora da África.

A convite da presidente da Fundação Municipal de Cultura, Thaïs Pimentel, voltei agora para fazer parte, junto com o músico e ator Gil Amâncio, a poeta e ensaísta Leda Martins e o gestor cultural Ibrahima Gaye (leia-se: Casa África), da Comissão de Organização do festival, que, repleto de novidades, caminha finalmente para sua consolidação no calendário cultural de Belo Horizonte. Por ora, é isso. Volto ao assunto nos próximos dias. Informações sobre a programação podem ser obtidas aqui. Será muito bom encontrar vocês por lá.

3.12.11

CARTA ABERTA À SECRETÁRIA DE ESTADO DA CULTURA DE MINAS GERAIS - II

Belo Horizonte, 2 de dezembro de 2011



Excelentíssima Senhora Eliane Parreiras
Secretária de Estado da Cultura de Minas Gerais



Senhora Secretária,


Escrevo-lhe, desta vez, com o fim de declinar do gentil convite que me foi feito pela senhora Solanda Steckelberg – a quem cumprimento –, Presidente da Fundação Clóvis Salgado, para conversarmos, em reunião proposta para o dia 16/12, sobre o episódio que motivou a redação e a publicização da minha Carta Aberta de 30/11.

Apesar de o lamentável episódio que denunciei ter tido lugar no Palácio das Artes, seu alcance diz respeito não apenas àquela instituição, mas ao órgão máximo da cultura no Estado – por ser o Terças Poéticas um projeto que integra o que deve constituir-se, por definição, como uma política pública para a Literatura em Minas Gerais.

Como escritor e cidadão, meu interesse prioritário, neste momento, é discutir não os nomes e as ações pontuais – por mais reprováveis que sejam – de profissionais que se encontram à frente de iniciativas da SEC voltados para a Literatura, mas o modo como a arte da palavra tem sido pensada pela atual gestão, em termos de política pública.

Adianto-lhe que sou um dos muitos escritores mineiros que começam a se mobilizar com o objetivo de discutir questões importantes para o setor, como a notícia – veiculada por jornal da Capital e não desmentida oficialmente –, sobre o não pagamento do Prêmio Governo do Estado aos vencedores da edição 2011 do referido certame.

Penso que poderá se mostrar extremamente proveitoso o aproveitamento, por essa Secretaria, da situação específica denunciada em minha Carta Aberta para um primeiro gesto de aproximação de sua gestão com aqueles que se dedicam profissionalmente à Literatura em Minas. Temos sentido falta de uma atenção especial a este campo que é, desde sempre, um dos sinais mais visíveis – inclusive no âmbito internacional – da excelência artística e cultural de Minas Gerais.

Queremos discutir, além da necessária continuidade do Prêmio Minas, caminhos que levem à consolidação do Suplemento Literário de Minas Gerais, finalmente dotando-o das condições necessárias para cumprir efetivamente o seu papel. Da mesma forma, interessa-nos pensar junto com sua equipe uma melhor forma de inserir a Literatura na programação da Rede Minas e da Rádio Inconfidência, bem como na pauta cotidiana de equipamentos como a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o Museu Mineiro, o já mencionado Palácio das Artes e outros.

Assim, senhora Secretária, solicito-lhe a fineza de examinar a possibilidade de abrir espaço em sua agenda para receber alguns escritores para apresentação, em detalhes, do pensamento, das realizações e das propostas de sua gestão (em curso ou ainda em fase de projeto) para a Literatura. Neste primeiro encontro poderiam ser definidas as bases para a relização, no próximo ano, de um grande Fórum sobre Políticas Públicas Para a Literatura aberto à participação de representantes de todo o Brasil, numa iniciativa – pioneira – que, asseguro-lhe, será muito bem recebida por todos, dada a secundarização a que historicamente são submetidos os profissionais da escrita no País.

Sem mais para o momento, coloco-me à sua disposição e subscrevo-me.

Cordialmente,

Ricardo Aleixo