10.2.11

Vida conversável

"Tenho mais espaço do que imaginava que viria a ter, quando comecei a escrever. Às vezes acho que esse espaço é menor do que o que eu poderia ter, caso vivesse numa cidade com mídia de alcance nacional, caso eu gostasse de vida literária, patotas curriolas, igrejinhas e tal, caso eu tivesse parentes importantes, caso isso, caso aquilo, sabe como? Mas não reclamo. Uma frase do Glauco Mattoso serve para explicar como me sinto: "Prefiro ser sapão de brejinho do que sapinho de brejão". Aos trancos e barrancos, criei um espaço que é só meu, mas que é totalmente aberto ao diálogo com artistas de outras áreas, com estudiosos de outros campos do conhecimento, com as pessoas ditas comuns e até com os poetas, veja você. Trabalho atualmente, entre outras coisas, na organização do meu acervo pessoal, o que tem me dado muito prazer e, ao mesmo tempo, a sensação de que não fiz outra coisa senão... tentar conquistar espaço. Mas, não: o que houve foi que, desde muito novo, lá no começo mesmo, entendi a opção pela poesia, pela arte, como um estilo de vida. E me joguei de cabeça nisso. E as coisas foram acontecendo." [Trecho de uma conversa boa com o meu amigo e xará gaúcho, Ricardo Silvestrin, poeta, músico e agora diretor do Instituto Estadual do Livro]

2 comentários:

Simone Couto disse...

O meu mentor-instrutor em Belas Artes, de 75 anos e de uma sabedoria que não acaba mais, volta e meia me diz: Simone, ser artista não é carreira, é opção de vida.

There you go, darling!

Bjs,
S.

Ricardo Aleixo disse...

É isso, Simone: não é carreira. Ponto. Um beijo!