1.11.09

Uma alegria

Uma beleza o vídeo que a produção do Fórum das Letras de Ouro Preto fez com o grande poeta-designer Guilherme Mansur. De todos nós que nos deixamos nortear pelo projeto concreto, Mansur é certamente um dos que foi mais longe na atualização da ideia – pignatariana – do poeta como “designer da linguagem”. Amei o vídeo porque ele mostra uma alegria que há muito se tornou matéria escassa quando o assunto é a poesia brasileira dita contemporânea. E porque está lá o corpo do poeta: na mesa da qual participei no dia 30 (na foto, de Eduardo Trópia, com a editora francesa Anne-Marie Metaillié) ainda sem ter visto o vídeo, afirmei, numa resposta sobre o trânsito entre a palavra impressa e a performance, que minha meta é, sempre, explorar como linguagem aquilo que no corpo se dá a ler e ao que no livro é corpo, pura materialidade. Algo assim, não me lembro bem. Importa é dizer que o show de bola dado por Guilherme em torno de sua bela mesa-mandala negra – transformando o “corpo da doença” em corpo da poesia – é a performance poética mais simples, intensa e desconcertante que assisti nos últimos tempos.



Um comentário:

rita brant disse...

Poesia é o corpo do qual a cabeça também faz parte.
Bjs
Rita